terça-feira, 12 de novembro de 2013

Médico cubano usa intérprete para atender pacientes em Pernambuco


12/11/2013 - 03h00

Médico cubano usa intérprete para atender pacientes em Pernambuco

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DANIEL CARVALHO
DO RECIFE


O cubano Nivaldo Rios, 48, terá a ajuda de uma "intérprete" para realizar as primeiras consultas pelo programa Mais Médicos, em Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana do Recife.
Como Rios, no Brasil desde 1º de outubro, ainda está pouco familiarizado com a língua portuguesa, a coordenação da Unidade de Saúde da Família de Dois Carneiros escalou uma agente de saúde para acompanhar os atendimentos do médico nas primeiras duas semanas.
A agente Gilceia Moura dos Santos diz que a principal dificuldade dele é com os idosos. Ontem, no primeiro dia de trabalho com o cubano, ela também passou por sufoco.
"Ele perguntou quantas 'embarazadas' havia [no posto] e eu não sabia. Fiquei realmente embaraçada. Aí ele me explicou com mímica que 'embarazada' é grávida", diz.
"Com o tempo vou me comunicar muito melhor", afirma o médico cubano.
Ontem, Rios chorou ao ser cumprimentado pelos ministros da Saúde Alexandre Padilha (Brasil) e Roberto Morales Ojeda (Cuba), durante visita ao posto de saúde.
Ojeda minimizou as críticas feitas por entidades médicas brasileiras ao convênio firmado entre os governos.
O ministro cubano afirmou que há entre o governo dos dois países uma "colaboração" e não uma "exportação de serviços".
"Como diria o líder histórico de nossa revolução, comandante Fidel Castro, somente se poderá salvar a humanidade da morte com a paz e a colaboração. O que estamos fazendo é colaborar", disse Ojeda.
Rios vai dividir o trabalho que há dois meses estava todo nas mãos da brasileira Sonia Beltrão. "Mesmo tendo dois [médicos] ainda é pouco. Sempre precisa de mais para dar um atendimento de qualidade", afirma ela.
Ela diz se sentir incomodada com contrato feito com seu colega cubano, que não receberá integralmente a bolsa de R$ 10 mil paga pelo governo brasileiro ao de Cuba.
Outros médicos cubanos dizem que têm recebido entre R$ 800 e R$ 900 mensais. O restante da bolsa é distribuído entre a família do profissional e o governo de Cuba, que fica com a maior parte.

RIO

O médico cubano Jorge Luís Barban, 45, está na primeira semana de treinamento no Rio. Ainda mal fala português.
À Folha disse pausadamente que ainda não se sentia à vontade para dar entrevistas.
"Não entendi nada que ele [Barban] disse, mas acho que ele me entendeu. Agora, ou a gente aprende espanhol ou ele aprende português", disse a manicure Vanessa Morais Teixeira, 28, após tentar conversar com o médico cubano.
Colaborou DIANA BRITO, do Rio

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